terça-feira, janeiro 30, 2007
posted by XAyiDe at 1:56 da manhã
Quantas colheres de drama queres no café?
 
posted by XAyiDe at 1:38 da manhã
Medo de descolar do papel tridimiensional que habito. Medo de respirar tanto até ficar redonda e rebolar rua abaixo.Medo de deixar de respirar, a dormir. Medo de crescer crescer crescer até não precisar de fazer bainhas nas calças da Zara. Medo de não crescer e voltar à velha panca das plataformas e ao look colegial que até na altura era ridículo. Medo de amar tanto que me esqueça que por debaixo do conceito habita uma pessoa. Medo de não amar. Medo de chorar até sufocar nos soluços. Medo de rir até sufocar com os soluços. Medo de rir sem ter graça nenhuma. Medo da morte que é bafienta e descomposta e muito branca. Medo que os outros morram primeiro do que eu. Medo de ter, ser e fazer.Medo de não ter tudo, não querer tudo, não fazer tudo. Medo de ter e não querer, medo de querer fazer e não ter. Medo de só ter medo...depois.
 
posted by XAyiDe at 1:25 da manhã
Nas costas levava a lente do mundo. Chamavam-lhe louco quando dizia que a melhor companhia é aquela cidade que deixamos que siga o rasto dos nossos passos sem que lhe prestemos atenção. Chamavam-lhe louco quando acreditou que a chuva que caiu durante o tempo narrativo se devia a uma divina tristeza que o divino acaso deixou escapar. Chamavam-lhe louco porque, de perna partida, trotava nas ruas de lisboa à procura de corvos, acabando sempre a tentar agarrar as pombas, para depois as tingir de negro. Chamavam-lhe louco porque passava os dias a tentar recordar aquilo que todos querem esquecer. De tanto lhe chamarem louco...enlouqueceram.
 
posted by XAyiDe at 1:12 da manhã
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei Porquê, não sei Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei Porquê, não sei Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei Mas sei Que essa coisa é que é linda

O Zé
 
quarta-feira, janeiro 24, 2007
posted by XAyiDe at 5:08 da tarde
Ao meu lado deita-se a incerteza de um finca-pé. cedo, bem cedo, antes que o vício desperte o sonambulismo que nunca tive. É assim, fácil.Acho que é porque nunca deixou de ser uma tentação de algibeira, como de resto tantas outras. A meia semana já passou...e tento não pensar demasiado nisso. Se conseguir, serei ex para toda a vida. E, estranhamente, estou calma.
 
segunda-feira, janeiro 22, 2007
posted by XAyiDe at 4:45 da tarde
Sinto que só me falta um clique...um...para começar um breviário de impropérios. Estou cansada de fazer resoluções para quebrar, como se já não me desculpasse por não ser capaz. Acho que sinto falta do radicalismo demente da adolescência em que tudo se perdia e ganhava em questão de dias...ou minutos. Ontem olhei-me, do alto dos meus 25, e escarneci. Acho que ando a voltar as costas demasiadas vezes: ao tempo, à saúde, à vontade,a mim.
Por isso resolvi começar..por algum lado. 48 horas sem fumo. Até me custa dizê-lo. Ainda não me consegui levantar da cadeira sem pensar que já era hora...do malfadado.
Tenho tabaco na carteira, ainda por cima. À distância de um "oh que se lixe".Mas não.
Hoje não.
 
quinta-feira, janeiro 18, 2007
posted by XAyiDe at 6:46 da tarde
Conversa de bêbedo.Típica conversa de bêbedo.
Não volto. Amanhã acabou. Como é que nunca me lembro que fico num estado lastimável?
Depois ah, para a semana e tal.
Num soluço chega o fim de semana e acaba.
semana a recuperar
dois dias
mais alcool
Ai
 
terça-feira, janeiro 16, 2007
posted by XAyiDe at 5:30 da tarde
"When this kind of fire starts, it is very hard to put out. The tender boughs of innocence burn first, and the wind rises, and then all goodness is in jeopardy. "

"D'ya think that if you were falling in space... that you'd slow down after a while, or go faster and faster?
Faster and faster... until after a while you wouldn't FEEL anything; and then your body would just burst into FIRE. And the angel's wouldn't help you, 'cause they've all gone away... "
 
sexta-feira, janeiro 12, 2007
posted by XAyiDe at 2:15 da tarde
Os meus olhos vestiram-se de vermelho às riscas. Parece que os efeitos colaterais duma gripe solidária são cada vez mais visíveis e incomodativos. É bom termos achaques diferentes, para que as queixas não se repitam se a maleita-essência é a mesma. Continuarei a remelgar nos próximos dias.
 
quinta-feira, janeiro 11, 2007
posted by XAyiDe at 6:38 da tarde
Não existe?
Surrealista é super-realista?
Irreal é parente pobre?
Irrealista.
Underrealista é a minha proposta.
 
posted by XAyiDe at 2:53 da tarde
A minha vida está pardacenta. Comprei um chapéu a condizer.
 
quarta-feira, janeiro 10, 2007
posted by XAyiDe at 2:31 da tarde
Parece um sketch, mas não é. É um dia que antece um outro dia no qual as coisas irão estar ordenadas, irão funcionar, irão ser catalizadoras de sucessos. Por enquanto servem-me caos.Desaprendi muita coisa, ultimamente. Mas continuo a fazer demasiadas perguntas. Seguem as directrizes de meia em meia hora, qual máquina programada para quebrar ritmos, quebrar ossos, triturar. 1, 2, 3 do picadinho não se faz naco inteiro, quanto muito misturam-se especiarias para parecer exótico.
 
terça-feira, janeiro 09, 2007
posted by XAyiDe at 1:18 da manhã
Parece que uma grande nuvem se abateu e bateu nas pessoas à minha volta.Oiço cepticismo, tristeza, cansaço, resignação, dor, solidão, tensão. Vejo olhos baços, sorriso triste, ensimesmado,grandes pontos de interrogação na bolsa marsupial dos bons-dias, boas-tardes e até jás. Parece que se cortaram os fios a esta gente.Parece que qualquer energia é negra, a luz é negra, o presente cinzento e depois há nada. Faz-me lembrar um livro que li em criança, tratava do nada que se apoderada do mundo da fantasia e fazia desaparecer progressivamente as personagens da história. Nesta história que é minha nada desaparece, mas fica photoshopado. São imagens a negativo, pouco receptivas à luz, todas juntas como em película de filme...Que nos falta, caramba? Venha o realizador distribuir guiões a esta gente ( e a mim também) que já ninguém sabe qual o papel que lhe calhou em sorte.Baralhem-se as didascálias e parta-se o teleponto que mal damos conta estamos com 60 anos a tremelicar memórias cheias de saudade...
 
posted by XAyiDe at 1:11 da manhã
Estive vai não vai para ir para a cama. Não fui. Estive vai não vai para beber uma cerveja.Não bebi. Estive vai não vai para sair a horas do trabalho.Não saí. Estive vai não vai para não almoçar cedo.Almocei.
Estive vai não vai para mandar alguém à merda. Não mandei.
 
quarta-feira, janeiro 03, 2007
posted by XAyiDe at 1:04 da manhã
Estava prestes a nascer...e as reticências da espera (ainda não é agora, senhora) deixaram-me engolir a primeira lufada de ar nos corredores da maternidade... Um facto que me iria marcar para sempre, de resto...Reticenciei na escola, enquanto pavoneava a minha fatiota de pantera cor-de-rosa num qualquer carnaval, convencidissima que eu era, de facto, o animal mais bonito daquela escola ( eu e os meus bichos da conta, já mortos, coitados, protegidos pelo excesso de zelo da caixinha de fósforos a chocalhar no meu bolso...)...
Reticenciei...no liceu, ao ritmo de suspiros parvo-pseudo-depressivos e de maços de tabaco comprados a meias e fumados em 2 ou 3 horas (que o tempo urgia e as reticências tinham que ficar no ar pouco tempo porque tínhamos muito para dizer ao mundo em geral e aos fixes...)...(a propósito: a tendência para o drama e os cigarros, herdei-os daí...)...As reticências foram-se alargando na mesma medida que as minhas ancas...
Agora, naquilo a que chamam a juventude adulta (eu chamo-lhe parvoíce subsequente)as reticências são mais ácidas, ainda que intranquilas.Reticencio, ressalvo, remordo...Mas resolvo. (...)
 
posted by XAyiDe at 1:03 da manhã
Diz que é carne de segunda categoria.
 
posted by XAyiDe at 12:53 da manhã
Que me trazes na algibeira, tão pequeno que nem tens que te esforçar por esconder?É poroso?É doce?Condensado?É artrite que tens nas mãos ou é o meu coração que apertas? É frio, os dias?É áspero, os eles?
É força, os eu?
É o quê, raios?
 
posted by XAyiDe at 12:51 da manhã
Dão-se alvíssaras a quem encontrar a voz que já me pertenceu. Disse-me que ia comprar tabaco e nunca mais regressou...
 
posted by XAyiDe at 12:50 da manhã
Sem comentários...
 
posted by XAyiDe at 12:44 da manhã
Não fosse o meu bom humor a tendência para o drama seria agora tendência para o suicídio.
Facto: o meu pc morreu

Reconstituição: o/a suspeito homicida tropeça no dito e causa-lhe insuficiência de disco rígido.

Dados: pelos vistos, nenhum recuperável.