terça-feira, julho 24, 2007
posted by XAyiDe at 12:55 da manhã
Faz lembrar as aulas de português, cujas carteiras as nossas mãos sabiam de cor. Cada sulco, um desespero, ou apenas um despreocupado passar do tempo; mutatis mutandis...mutante. Lembro-me de sentir o contraplacado liso e fresco debaixo dos papéis deixados ao sabor de uma bic, o barulho leve da esfera que me trazia as respostas que procurava, mais ou menos caoticamente num enunciado que li sempre demasiado rápido. Agora, como então, muito pouco académica. Agora, como então, demasiadas frases interrogativas. Agora, como então, raciocínios de demasiadas páginas.

Duas dezenas e meio de anos e muitos parágrafos depois, substitui a esfera por quadrados electrónicos. Creio que já nem seria capaz de desenhar decentemente três ou quatro linhas na melhor letra trabalhada à sombra da do meu pai, arisca e apressada.Era uma letra com vergonha de ser descoberta, a dele. E aquilo fascinava-me.

Passamos demasiado tempo a perguntar porquê sem querer a verdadeira resposta. Passamos demasiado tempo a pensar que estamos muito longe do bipolarismo adolescente e que agora somos pessoas, ou personas, adultas. Passamos demasiado tempo a esconder que queremos exactamente o mesmo que queríamos há uma ou duas décadas, mas que se torna cada vez mais dificil e cínico consegui-lo. Sinos, há quem os ouça. Dobrar, dobramos todos.
 
segunda-feira, julho 16, 2007
posted by XAyiDe at 8:00 da tarde
 
domingo, julho 15, 2007
posted by XAyiDe at 7:47 da tarde
Já não (ou)via televisão durante duas horas seguidas há imenso tempo. Há minutos passou um anúncio que me deixou desconcertada. três meninas...rita, joana e teresinha, as meninas da tv cabo a anunciar um mega casting..para candidatura ao lugar de nova menina tv cabo...

Entre o anúncio e a publicação do post...passou 3 vezes esse anúncio. Mas quem raio quer estar em trajes menores a promover os pacotes familiares da cabo? Ele há coisas fantásticas, não há?
 
posted by XAyiDe at 6:51 da tarde
Importa afastar as metáforas. Um músculo que se sente, sentirá? Há estudiosos que garantem que assim é:

"O DNA do nosso corpo que contém o nosso código genético age como uma espiral de cobre, permitindo que os nossos genes transmitam códigos elétricos entre si. O coração gera um campo eletromagnético de cinco mil milivolts. O coração é capaz de emitir frequências de onda de rádio, e ele fala com o cérebro através de uma substância chamada ANP, Peptídeo Naturético Atrial (Atrial Naturetic Peptide), descoberta no coração. A força eletromagnética do cérebro é cerca de 140 milivolts, portanto, a energia codificadora elétrica do coração é forte. As nossas células, os nossos genes, as substâncias no coração e a eletricidade do nosso corpo gerada primariamente pelo coração combinam-se para ajudar a fabricar e armazenar as memórias. "

Tenho que ver se arrumo as artérias....
 
segunda-feira, julho 02, 2007
posted by XAyiDe at 11:29 da tarde
Curiosamente, ainda ontem tive uma conversa sobre o assunto. Dizia eu, com algum cinismo: "paz no mundo quero eu, tu e as misses". Quando entramos no mundo do trabalho facilmente nos esquecemos da veia revolucionária que coagulou na lei do mercado, facilmente se dissipa a vontade sebastiânica de mudar mentalidades que são de pedra. Diz uma amiga minha, com toda a razão: "life´s a bitch and then u die".
Acho que o meu cinisco ainda não lida muito bem com a injustiça. Acho que ainda estou presa na névoa quinhentista, a pensar que descubro redutos onde as coisas funcionam como devem. Pura ilusão, dizia eu, ontem, cheia de propriedade. Hoje senti-o na pele.