Este ano a gaja lixou-me. Veio mansa, pouco engalanada. Seduziu os meus pulmões, beijou a minha língua, levou o meu corpo para a cama. Eu e o vírus transformámo-nos num só. Os meus olhos choram ininterruptamente, a garganta queima a par com os cigarros no cinzeiro que se fumam sozinhos porque eu não posso, o corpo estala, tosse e range como porta velha. Estou de quarentena e nem sequer fui à lua.
Atchim!