Quando o sol vai alto, a mente desperta a muito esforço ao ritmo de cafés tomados na vertical. No corredor dos dias, muita gente se cruza. Os olhares, esses, estão cravados nas paredes, ou nos umbigos. Uma piscadela de olho significa intimidade de muitas saudações feitas ao longo dos anos num mesmo corredor, as cumplicidades medem-se pela quantidade de informação que podemos (ou não) revelar. Afinal, que sabemos nós? Une-nos o trabalho, as relações cruzadas ou paralelas, as questiúnclas de corredor, o gosto (ou a falta dele) por aquilo que fazemos. Perdi a conta aos cafés que tomei nos últimos tempos, a voz enegreceu ao ritmo de cigarros fumados até ao osso. Ainda não tenho pieira, mas é so uma questão de tempo. A normalidade é bipolar, mas hoje estou feliz. Só ainda não me dei ao trabalho de levantar os olhos do teclado.