Pernas trôpegas que se arrastavam pelo caminho, tacteavam sentidos em busca de reflexos que há muito se tinham escondido dentro dos músculos. A explosão de dor que os acorda é quase irreal, faz-nos sentir quase vivos. Digo quase porque nos movimentos robotizados dos dias que passam por nós, raramente nos apercebemos que viver é isso mesmo, cortar com as articulações que nos prendem aos vários caminhos que escolhemos não seguir. A vida faz-se também de opções que não tomámos e muitas continuam lá, à espreita e à espera. Chega a ser um stand-by em que a luz de presença é mais forte do que a vontade de prosseguir. Ser, existir, excluir, exigir. É um ex qualquer coisa e um in -. Um drive-in.